Orítia

"Não te amo como se fosse uma rosa de sal, 
topázio ou flecha de cravos que atiram chamas.
Te amo como se ama certas coisas escuras, 
secretamente, entre a sombra e a alma.
Eu te amo sem saber como nem quando nem de onde, 
te amo simplesmente, sem complicações nem orgulho. 
Assim te amo porque não conheço outra maneira, 
tão profundamente que tua mão em mim é a minha, 
tão profundamente, que quando fecho os olhos contigo eu sonho".

[A dança/Neruda]


Hoje depois de uma noite juntos, Orítia chega em casa decidida à falar tudo que esta engasgado, proibido, censurado. Palavras ocultas e aprisionadas por simples capricho. Nunca houve uma reflexão sobre o que poderia levar Orítia a pensar, ou mesmo sentir, que já não é mais estimada??? Noites de insônia, dias de incerteza... a sorte esta lançada. E quando coisas ruins acontecem, quando Orítia é duramente ferida pela vida, pelo amor ou por qualquer outro truque dos humanos, ela fecha os olhos e pensa no que viveu do outro lado da cidade... docemente fulgaz. Acabou, mas o importante é que aconteceu.  Pelo menos ela possui a lembrança, para fugir enquanto a vida naufraga lentamente... 
Há futuro para Orítia?



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“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)