Encontram-se, entregam-se... deixam escapar segredos.
Ela me surpreende muitas vezes. Tem um jeito manso... misterioso, mas também animalesco, parece saber o que quer, é cautelosa. Confusa? Talvez... mas eu sei que no fundo sabe o que quer. Eu sei que ela sai a passos largos por aí, só para roubar cada instante dos preciosos momentos de solidão dele. Fica atenta ao som da sua voz... doce e forte, e apesar de se ver na fala dele, não entende suas atitudes. Quem sabe são parecidos, e de uma forma ou de outra acabam se entendendo. No mais, até que a "dona da história" apareça, eles deliciam-se e ao mesmo tempo se divertem procurando possibilidades de uma conquista arrebatadora. Os risos misturam-se ao relembrarem os próprios desencontros, os amores imperfeitos, tudo é tão natural...
Bandeira me inquieta... pra quê procurar uma alma gêmea se a língua dos corpos expressa o desejo? Esse desejo que nada mais é que "o necessitar", instinto inerente de todo ser humano e que convenhamos, se manifesta de uma maneira muito mais interessante e até harmônica. Os corpos falam por si sós, "Deixem a alma para Deus".
Ela já se rendeu a muito tempo... fica numa louca procura pelo ópio, que nada mais é que o gosto e o cheiro do corpo dele. Não é proposital, e se existir acaso só assim posso entender o retorno dela, seja a passos largos ou não.