Poema

"Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
Ou flecha de cravos que propagam fogo;
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e
Leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores.
E graças a teu amor, vive oculto em meu
Corpo o apertado aroma que ascende da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde.
Te amo diretamente sem problemas nem orgulho;
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim, deste modo, em que não sou nem és.
Tão perto de tua mão sobre meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com
Meu sonho..."

(Pablo Neruda)




Um dos mais belos poemas que já li de Pablo Neruda
do livro "Cien sonetos de amor", (Santiago, Ed. Universitaria, 1959)
é dividido em quatro partes: Manhã, Meio-dia, Tarde e Noite,
onde o chileno disseca todo o conteúdo da palavra amor.

Na terra dos tremembés



O livro de Diderot Mavignier conta que os tremembés foram os primeiros habitantes da costa litorânea do Piauí, Ceará e Maranhão. Trata-se de um povo que merece o respeito que uma gente forte merece, uma gente que mesmo em desigual condições de confronto, teve a audácia de lutar pela liberdade e a coragem de perder. 

Um fato importante da vida dos índios Tremenbés no litoral do Piauí é que eles não aceitaram assentamento por parte dos europeus, enquanto os Potiguares (região do Ceará) foram assentados pelos europeus e os Tupinambás (São Luís) permitiram a ocupação dos franceses e depois dos portugueses. Os Tremembés provaram ser um povo guerreiro e valente: somente após 200 anos é que tiveram seu território tomado pelos europeus.
Os Tremenbés cultivavam mandioca, milho, feijão, batata, jerimum; usavam arapucas, alçapões, zarabatanas, arcos e flechas para caçar; criavam papagaios, tingiam o corpo, faziam tatuagens, usavam colares de sementes e dentes de macacos, confeccionavam redes de palha, cestas de cipó; usavam flautas de bambu e ossos, maracá de cabaça, tambores de troncos de árvores, trombetas de búzios e ainda eram exímios nadadores, o que levou os colonizadores a apelidá-los de peixes racionais.


Um ritual de inversão bastante emblemático: quando não estavam em pé de guerra, eles recebiam os brancos aos prantos como uma irônica alegria.


DIDEROT MAVIGNIER

e o amor?



E como disse Lao-Tseu:
"Ser profundamente amado por alguém nos dá força;
Amar alguém profundamente nos dá coragem."

Carlos Zéfiro

* Retirado do Blog do Jovino

Alcides Caminha ficou quase quarenta anos no mais absoluto anonimato, escondido atrás do pseudônimo de Carlos Zéfiro. Um nome que podia (ou pode) ser traduzido tranqüilamente por sacanagem. Ele é o criador das cobiçadas histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por "revistinhas" ou "catecismos", que tanto fizeram a cabeça e as fantasias sexuais dos adolescentes dos anos 50 e 60.

Os "catecismos" eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas em diferentes Estados, gerando, inclusive, diversos imitadores. Em 1970, durante a ditadura militar, foi realizada em Brasília uma investigação para descobrir o autor daquelas obras pornográficas que chegou a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas que terminou inconclusa.

Ele foi o mestre dos quadrinhos pornôs brasileiros. Carlos Zéfiro soube como ninguém retratar o sexo como ele o é na vida real, sem falsos pudores, sem hipocrisia, com tesão, com poesia, não respeitando nenhum tabu e desvendando-nos todas as fantasias.


Ele dizia-se honrado por fazer parte da história do Brasil. Mas não se importa muito. Afinal, "tudo na vida é muito efêmero. Hoje se está no apogeu, amanhã no ostracismo". Uma de suas histórias chama-se CELITA .

Em 1992 recebeu o prêmio HQMix, pela importância de sua obra. Após sua morte teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do cd "Barulhinho Bom" da cantora Marisa Monte.

site "blog do jovino", e mais histórias 

Simplesmente assim!

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que, insatisfeita, foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de, que parei na rua e fiquei olhando para você enqunato você esperava um táxi, e desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero, mas quero inteiro, com a alma também. Por isso não faz mal que vc não venha, esperarei quanto tempo for preciso.

Clarice Lispector

 



Aprender

Talvez seja este o aprendizado mais difícil: manter o movimento permanente, a renovação constante, a vida vivida como caminho e mudança. 

Edson Valeriano

Sobre o amor

Amor e Psyche de François Gérard (1770-1837)

O amor arrasa. Ele nos despe além de nós mesmos.
Como não tentar dizê-lo? Como fracassar, cegos e estúpidos?
Agradecemos o milagre, mas também cuspimos nele.
Levamos o amor nos braços para incinerar melhor na fogueira compartilhada.

(Corbo Borba - ensaísta e poeta colombiano)

Sobre os males da sociedade...

"De tanto ver triunfar as nulidades, 
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça, 
de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, 
o homem chega a se desanimar da virtude, 
rir da honra e ter vergonha de ser honesto." 

(Rui Barbosa)



O rio e as margens



"Do rio cujas águas tudo arrasta, se diz violento.
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem"

(Bertold Brecht)