Eu te amo?

Hoje olhando minha caixa de e-mail vi uma mensagem intitulada "antes do orkut" que retratava entre outras coisas que o eu te amo estava banalizado. Claro, o e-mail generalizava e sabemos muito bem que ao mesmo tempo que supostamente o "eu te amo" esta banalizado, praticamente esquecemos o AMOR, a sua essência. Em seguida, por coincidência ou não, vi uma postagem com o título "o que é o amor?" num blog que eu gosto muito de visitar, o blog do Ozaí.

Falar de amor não é tão piegas, cafona ou mesmo banal. Amar não é tão simples. Segundo Ozaí "É extremamente complexo compreender as razões do amor. Por que entre milhares de seres humanos a paixão direciona-se a alguém particular? O que torna esse alguém tão especial? (...) Por que este sentimento se impõe a despeito das impossibilidades ditadas pela razão?"

Uma vez me perguntaram o que era o amor, e eu não soube responder. Não sei, mas creio que dentre outros e vários aspectos o amor não tem nada a ver com a razão, é inexplicável e pode até adquirir muitas facetas: ser imperfeito, suicida, obsceno, puro, casto, amigo, tímido... depende de quem sente, depende de quem interpreta... porém, ele é incontrolável, nada pode detê-lo.

Link do post do Ozaí: "O que é o amor?"


O mundo é de quem não sente

Fernando Pessoa escreveu em seu Livro do Desassossego, que a condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade, toda a ação é a projeção da personalidade sobre o mundo externo, e como o mundo externo é em grande e principal parte composto por entes humanos, segue que essa projeção da personalidade é essencialmente o atravessarmo-nos no caminho alheio, o estorvar, ferir e esmagar os outros, conforme o nosso modo de agir. Para agir é preciso que nós não figuremos com facilidade às personalidades alheias, às suas dores e alegrias. Quem simpatiza pára. Em outro momento, Pessoa afirma que o sentimento abre as portas da prisão com que o pensamento fecha a alma. Sentir é compreender. Pensar é errar. Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela. Ser outra pessoa é de uma grande utilidade metafísica.

Hoje eu queria, na música "admirável chip novo", ter olhos de robô, parafuso e fluído em lugar de articulação, pensar que em vez de coração há uma pedra, tudo programado.