Meu alento.

Eu não queria que eles tivessem ido embora do jeito que foram. As pessoas deveriam ir embora e levar tudo com elas, inclusive as lembranças, mas isso nunca acontece e acabamos por nos agarrar às lembranças para sobreviver. Sei muito bem que as nossas condições não favoreciam uma história de amor daquelas com direito à flechada de Eros e sons de violinos ao fundo. Nós nunca iríamos ser felizes, mas por incrível que pareça eu morro de rir das nossas atrapalhadas. Eu lembro que a gente era natural, a coisa fluía. Sempre o que aquece o meu coração são as lembranças dos bons momentos que passávamos conversando. Todo mundo devería sentir essa sensação: de saber como é bom ser você, sem censura ou repressão, livre.

Preciso ler novamente "Amor nos Tempos de Cólera", de GGM. "... mas se deixou levar pela convicção de que os seres humanos não nascem para sempre no dia em que as mães os dão à luz, e sim que a vida os obriga outra vez e muitas vezes a se parirem a si mesmos."