Carlos Zéfiro

* Retirado do Blog do Jovino

Alcides Caminha ficou quase quarenta anos no mais absoluto anonimato, escondido atrás do pseudônimo de Carlos Zéfiro. Um nome que podia (ou pode) ser traduzido tranqüilamente por sacanagem. Ele é o criador das cobiçadas histórias em quadrinhos de cunho erótico que ficaram conhecidas por "revistinhas" ou "catecismos", que tanto fizeram a cabeça e as fantasias sexuais dos adolescentes dos anos 50 e 60.

Os "catecismos" eram desenhados diretamente sobre papel vegetal, eliminando assim a necessidade do fotolito, e impresso em diferentes gráficas em diferentes Estados, gerando, inclusive, diversos imitadores. Em 1970, durante a ditadura militar, foi realizada em Brasília uma investigação para descobrir o autor daquelas obras pornográficas que chegou a prender por três dias o editor Hélio Brandão, amigo do artista, mas que terminou inconclusa.

Ele foi o mestre dos quadrinhos pornôs brasileiros. Carlos Zéfiro soube como ninguém retratar o sexo como ele o é na vida real, sem falsos pudores, sem hipocrisia, com tesão, com poesia, não respeitando nenhum tabu e desvendando-nos todas as fantasias.


Ele dizia-se honrado por fazer parte da história do Brasil. Mas não se importa muito. Afinal, "tudo na vida é muito efêmero. Hoje se está no apogeu, amanhã no ostracismo". Uma de suas histórias chama-se CELITA .

Em 1992 recebeu o prêmio HQMix, pela importância de sua obra. Após sua morte teve um trabalho publicado como homenagem póstuma em 1997 na capa e no encarte do cd "Barulhinho Bom" da cantora Marisa Monte.

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2 comentários:

  1. Eu comprei esse CD mas não consegui ouvir, só ver a revistinha.

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  2. O tradicional, o pragmático, a incerteza de saber o certo, nos trás a tratar coisas essenciais como um receio, onde podemos ver tantas mulheres presa a isso, e homens soltos na gandaia ... e hj passando do seculo XX reconhecemos a arte de Carlos Zéfiro, depois de criticas, abandono e morte .. como somos hipocritas ... se cuida BYE

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“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)