Gato

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Obras Poéticas - Cancioneiro - Fernando Pessoa

2 comentários:

  1. Gotei mais do desenho/pintura.

    O Fernando Pessoa não me agradou ainda...

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  2. adorei sua visita no anjo torto,
    volte sempre que quizer...
    ja favoritei seu blog e sempre vou vir dar uma expiada..
    tbem gostei muito do seu post anjo torto... parabens ..
    bj
    alan

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“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)