"Como uma pessoa tão linda, tem uma personalidade fortíssima?"
Ao meu ver, não existem regras para tais associações. Aliás, entre os opostos existem uma tênue linha que os separa, às vezes nem isso, já que ninguém é totalmente yin ou yang. Diante dessa pergunta/afirmação pude concluir que as pessoas que não conhecemos bem, são realmente admiráveis, mas veja bem, admiráveis para o bem e para o mal.
Atribuir elogios à pessoas que não conhecemos bem é muito perigoso. É preciso contato, estar junto. E muitas vezes, nem mesmo assim, conhecemos o outro. Mais cedo ou mais tarde nos surpreendemos... Mas pensando bem, nada se compara ao prazer de desvendar o universo particular de alguém interessante. Não consigo discorrer, ou mesmo definir em palavras isoladas o gostinho da descoberta, o prazer em compartilhar com o outro gostos, segredos, vontades, ideias e se divertir com medos, manias... enfim: ter intimidade. É como se essa intimidade fosse o produto de todo um processo que começa com a novidade, admiração e com o compartilhamento. O desconfortável é que depois de toda essa viagem "por lugares nunca dantes navegados", o pico, ou melhor, a cristalização da descoberta tem um efeito devastador. Com o comodismo tudo perde o sentindo, afinal acabou-se a novidade, a empolgação, o descobrir, e inevitavelmente pessoas que eram tão íntimas saem por aí, se cruzam e não se reconhecem. Os mesmos corpos já não reconhecem o cheiro, a pele, o tato; e quanto aos olhos, as janelas da alma, estão fechados por não possuírem aquele brilho. Viver é uma eterna busca. Quero saber a fórmula do encanto. O que fazer depois do ápice? Me faço muitas perguntas! Afinal as perguntas e as inquietações são as engrenagens de qualquer mudança.
Heráclito escreveu que "Não se pode percorrer duas vezes o mesmo rio e não se pode tocar duas vezes uma substância mortal no mesmo estado; por causa da impetuosidade e da velocidade da mutação, esta se dispersa e se recolhe, vem e vai". Isso explica tal comportamento, nos moldamos, adaptamos e mudamos... de nome, endereço, amor. Chego a uma conclusão óbvia: criamos expectativas, acreditamos que (dessa vez) vai ser pra sempre, esquecemos tudo para quase morrer de amor e arriscamos tudo por um capricho, por pirraça. Diante disso, acredito que a amizade e o amor são eternos sim, porque eles morrem e renascem em outro corpo.
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Oi Joyce, tudo bem?
ResponderExcluirGostei desse texto.
Beijos,
Leigo