Autoconhecimento


Como podemos destruir o mundo e achar que estamos maduros e autossuficientes apenas por ler livros e artigos? Como alguém que maltrata um animal acredita estar no caminho da evolução apenas por frequentar um templo e orar a Deus? Como podemos poluir um rio e chegar em casa e ter a consciência de acender uma vela ao santo e pedir proteção?

Trata-se de um organismo vivo, tudo esta ligado. Não existe fora. E se esquecemos de amar o próximo, de perdoar, cuidar da natureza, se deixamos de fazer nossa parte em deixar o mundo um lugar melhor pra se viver, de nada adianta buscar o autoconhecimento.

Discernimento dos sábios, sempre!

O Deus de Baruch Spinoza

Este texto foi atribuido à Baruch Spinoza, filósofo holandês que viveu no século XVII, chama-se: "Deus segundo Spinoza" ou "Deus Falando com você".


"Para de ficar rezando e batendo no peito. 
Saias pelo mundo, desfrutes de tua vida. 
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti. Para de ir a estes templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nas praias. Aí é onde eu vivo e expresso o meu amor por ti.

Para de me culpar pela tua vida miserável; eu nunca te disse que eras um pecador. Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar dos teus amigos, nos olhos de teu filhinho... 
Não me encontrarás em nenhum livro...

Para de tanto ter medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem me incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. 

Como posso te castigar por seres como és, se sou Eu quem te fez? 
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportam bem pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso? Esquece qualquer tipo de mandamento, são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. 

Respeita o teu próximo e não faças aos outros o que não queiras para ti. 
A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida; 
que teu estado de alerta seja o teu guia. 
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Para de crer em mim . . . Crer é supor, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho de mar. Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo. 
Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... Aí é que estou: dentro de ti."

Siddharta

Siddharta Gautama, o Buda, foi um príncipe oriental que viveu entra 563 - 483 a. C. em Kapilavastu, capital do reino de Çakya, ou tribo Sakya, na futura fronteira da Índia com o Nepal. Ele fundou o budismo, uma das principais religiões mundiais e, para os budistas, um modelo de perfeita virtude. 

O nome Çakyamuni, como também é conhecido, significa o santo dos Çakya. Filho de um rajá, o rei da tribo, da casta nobre dos chátrias, foi educado na abundância e no luxo, preparado para suceder o pai. Aos 16 anos casou-se com sua prima Yaçodhara


A partir dos 29 anos quando saiu do palácio em sua carruagem, com o cocheiro Channa, observando as casualidades que encontrou ao longo de seus passeios, começou a refletir sobre a velhice, a dor, a morte, etc, e a superação de tudo isso mediante a contemplação, o que viria a ser a base do budismo. Aos 30 anos, deixou a corte e todas as suas riquezas, inclusive a esposa e, mesmo sabendo que se tornara pai, rumou para o sul, onde encontrou seu primeiro mestre: Alara Kalama. Com o segundo, Uddaka Ramaputta, atingiu um estado espiritual superior e, seguindo seu caminho, chegou a uma aldeia chamada Senanigama, onde, conforme as práticas dos brâmanes, sujeitou-se durante seis anos às mais severas privações e mortificações, junto com cinco discípulos. 


Seguiu para o noroeste da Índia, em Gaya, mais tarde Buddh Gaya, onde, segundo os escritos sagrados, sentado embaixo de uma árvore, alcançou finalmente o nirvana, ou seja, o estado que permite contemplar o ciclo da reencarnação universal, conscientizar-se das próprias encarnações passadas e encontrar o meio de superar a dor. Tinha então 35 anos. Em Buddh Gaya até hoje se venera uma árvore descendente daquela em que ele descansou. Em pouco tempo, os seguidores aumentaram e, preparados, foram enviados para pregar a nova mensagem à humanidade. Por sua vez, dirigiu-se para Uruvela, onde fez o célebre sermão de fogo e, seguindo sua peregrinação e conquistando novos discípulos, visitou sua família e converteu seus pais, a mulher, o filho Rahula e o primo Ananda, que se tornou seu principal apoio. 


Convidado para o reino de Kossala, fundou em Rajagaha, sua capital, na região de Bihar, o famoso mosteiro de Jetavana, o primeiro centro de irradiação do budismo para o resto da Índia e para os países próximos. Também ali decidiu que as mulheres podiam entrar para a ordem como monjas e seguiu pregando ensinamentos filosóficos místico-humanitários, fazendo muitos discípulos e seguidores, até sua morte em Kusinagara, Oudh.