Partículas

Durante a aula de Teoria da História I, minha professora comentou sobre o livro "Tudo que é Sólido Desmancha no Ar" de Marshall Berman. O livro em questão aborda a ideia de modernidade em turbilhão, assim como naquele seminário, sobre a Sociologia do Conhecimento de Karl Mannheim (a tal Sociologia dos Intelectuais), aqui há uma abordagem sutil da reinterpretação de autores clássicos, características importantes da modernidade.

Para M. Berman, o espírito da modernidade tem como característica um grito desenvolvimentista e revolucionário da sociedade moderna, existe uma preocupação em mostrar o processo que faz da modernidade algo diferente de fases anteriores da vida humana. O desenvolvimento constante da modernidade acontece de forma dialética, destruindo o antigo para construir o novo. Simplesmente a busca do novo é analisada de forma minuciosa e crítica, buscando explicitar as conseqüências e a forma como acontece este processo. Turbilhão moderno, é basicamente isso: o fato da modernidade não conseguir conviver com o velho.


Quando se trata de internet e relações, o anonimato protege a identidade, simplifica o relacionamento e dificulta a solidez. Uma nova dúvida surge perante o homem: a solidez, de uma forma mais Foucaultiana, é um discurso caindo em desuso? Ou Freudiana, é uma necessidade intrínseca do homem ter certezas que o conduzem, como a família e a religião? Será que se essas certezas, estaremos diante de uma crise tecnohumana? 




* Mais com Rogério Gimenes, sobre o livro 
Tudo que é sólido desmancha no ar, de Marshall Berman.


Bom dia amor!



"Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu!

Ciumenta, exigente, insegura, carente
toda cheia de marcas que a vida deixou:
Veja em cada exigência um grito de carência,
um pedido de amor!

Amor, amor é síntese, uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias, (ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeita, amor!"


(Do livro "Bom dia amor!", Mirthes Mathias, Juerp, 1990)

Os Gulag



Em 1924 definiu-se na União Soviética o Novo Código Penal que defendia entre outros delitos o crime contra-revolucionário e regulamentou a noção de "pessoa socialmente perigosa".
A partir de 1929, a União Soviética criou um imenso sistema de repressão, que se tornou conhecido como "o arquipélago Gulag".
Alexander Soljenítsin, na condição de capitão do exército, foi preso em 1945, depois que o serviço secreto interceptou duas cartas que escrevera a um primo, criticando Stalin. Por isso, passou oito anos preso na Sibéria e três anos "isolado" no Cazaquistão, sendo libertado em 1956, durante a moderada abertura política de Nikita Kruchov.


Soljenítsin ganhou fama mundial, no final dos anos 60 e início dos 70, por denunciar o terror soviético do período do stalinismo (1924–1953).
Em 1957, publicou seu primeiro livro "Um Dia na Vida de Ivan Deníssovitch" (1962), sobre os campos de concentração stalinistas. Em 1967, provocou as lideranças soviéticas com uma carta pedindo o fim da censura.

Devido à divulgação clandestina de obras proibidas,
como O Primeiro Círculo do Inferno,
foi expulso da União dos Escritores Soviéticos em 1969.
No ano seguinte, conquistou o Nobel de Literatura,
mas foi proibido de viajar a Estocolmo para receber o prêmio.
Admirado no exterior e odiado pela cúpula comunista, foi expulso da URSS por haver descrito a vida nos campos de prisioneiros da Sibéria, em O Arquipélago Gulag (1973).


Sempre criticou severamente a "ocidentalização" da Rússia.Ao contrário do que se poderia esperar, nem mesmo a direita norte-americana conseguiu capitalizar o exílio de Soljenítsin para a propaganda anticomunista. O escritor simplesmente não tinha interesse em percorrer os Estados Unidos para debater suas idéias. Além disso, seus comentários sobre a "decadência moral" do Ocidente logo o tornaram inconveniente.


Nos 18 anos em Vermont, viveu no ostracismo. Quase não saía de casa, nem recebia visitas.
Voltou definitivamente à terra natal em 1994, com a intenção de lutar pela "recuperação espiritual" do país, o fortalecimento do nacionalismo russo e da Igreja Ortodoxa.
Soljenítsin nunca se filiou a nenhum partido ou movimento social.
Morreu em Moscou, em 3 agosto de 2008.

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