Eu me rendo à simplicidade.

Ontem Tayse me deu um presente, o filme "O Pequeno Príncipe".
Não consegui assistir até o final, minha sensibilidade estava à flor da pele pra variar, rs.
Fui dar uma volta pra esquecer aquele turbilhão de sensações que o filme me causou.
Procurei ir na casa de uma amiga, mas quem? Desviei a rota, entendi que as coisas só ganham sentido quando se conhece a amizade, e eu reconheci uma ontem, tarde da noite. Antes, fiquei a pensar no meu fatídico domingo. Em cada rua que percorria pela cidade, via muitas pessoas estranhas que me olhavam. Tudo faria sentido se uma única pessoa estivesse ao meu lado, aquela que matém o meu afeto. É estranho pensar nos vários conceitos individualistas quando o próprio sujeito tornar-se individuo somente quando existe o outro. Como ser único se não for para alguém? A individualidade se caracteriza nos detalhes que muitas vezes são esquecidos: o cheiro natural, carinho no cocuruto, cabelos grandes, um pequeno defeito ou mesmo uma mania, são alguns das razões para se considerar alguém único. É a atenção, o cuidado que se dá a algo que o torna diferente dos demais. Se não tivermos tempo para esses comportamentos tão simples e quase imperceptíveis, tudo será desperdiçado, e a pessoa será mais uma entre muitas.

“O que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar”. 

Hoje inesperadamente ganhei uma flor - a flower to a flower - de quem eu gosto. Comecei a carregar um sorriso bobo. Se fosse somente pelo presente em si, este não seria nada além de um rabisco virtual. Poucos são os capazes de desfrutar esses pequenos detalhes, ir além... a maioria das pessoas acabam acreditando que os embrulhos, são o conteúdo que buscam, o mais importante. Pobres criaturas! Portanto, diante das circunstâncias ratifico aquela velha e tão atual frase de Antoine de Saint-Exupéry: "os olhos são cegos. É preciso ver com o coração...”.

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“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)