Demônios

O sono da razão produz monstros (Goya)

Os demônios atacam na madrugada quando todos dormem,
eles não gostam do céu azul nem dos dias ensolarados.
Os demônios são possessivos e teimosos, te perseguem na sala de jantar,
batem na porta e mesmo que os ferrolhos não os deixem entrar,
eles acabam arrumando um jeitinho de chegar perto de você.

Três vezes,
todas as portas e portões (pretas e vermelhas de aço e ferro)
se fecharam, impediram a minha fuga.
Mas eu não deixei que me aprisionassem...
minhas mãos eram poderosas
e destruí as portas e os portões
como quem rasga papel.

Os demônios te perseguem na rua,
te olham em cada ponto da cidade,
se escondem no meio das pessoas.
Eles estão no parque de diversões.
Eles ficam à espreita, ao entardecer, à noite ou de madrugada
e se não somos espertos, eles nos causam muito mal, muita dor.
Mas eles não te tocam, eles são asquerosos.
Tem o corpo coberto de escamas,
ou são velhos demais para conseguir nos tocar.

No máximo tentam nos amedrontar, nos enlouquecer.
Eles não podem nos tocar, mesmo assim,
é preciso ter sorte, para que antes que eles te infernizem,
algo invísivel os mate, ou os desmaterialize.



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“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)