monólogo

Lendo uns diários antigos, me deparei com esse monólogo lindo escrito em 2002. Decidi publicá-lo pela singularidade e por ser tão atual para mim hoje.

*

Onde eu comecei esse épico sem fim?
Foi quando me recusei a esquecer?
Foi quando insisti em me lembrar...?
Tudo que sei é que não vou me desculpar.
Não vou implorar por sua liberação que eu não preciso.
As chaves da minha cela estão comigo,
Eu me tranquei nessa sala, um solo,

MONÓLOGO:

Não vou me desculpar por me preocupar e por ser gentil
Todas as noites quando deito na minha cama
não sei mais o que pedir.
Se quero acordar e te esquecer
ou
acordar com vc do meu lado.
Quando os raios do sol invadem meu quarto
nada é como sonhei.
Não lembro se sonhei que você me amava
ou que tinha te esquecido.
Os momentos mais felizes da minha vida
são os preciosos segundos em que eu não sei
São fragmentos em que eu me permito
A benção da alienação e ignorância.
Pontos numa reta.
Essa dor que eu sinto me cansa
Como um atleta que corre uma maratona sem fim,
afinal, que se perde no último minuto.
Talvez jogar tudo para o alto seja a solução,
talvez não.
Eu queria gritar mesmo sabendo que você não pode ouvir
Afinal isso é um monólogo
Já sei como terminar:
Eu naõ vou me sentir miserável
e nem pedir perdão pelo que sou.
Eu naõ vou me desculpar por te amar.


 


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“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)