A Genialidade da Multidão

"Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura."
Charles Bukowiski (1920-1994)

Há bastante deslealdade, ódio,violência, Absurdo no ser humano comum Para suprir qualquer exército em qualquer dia. E o melhor no assassinato são aqueles Que pregam contra ele. E o melhor no ódio são aqueles Que pregam AMOR E o melhor na guerra -- finalmente -- são aqueles que pregam paz. Aqueles que pregam Deus precisam de Deus Aqueles que pregam paz não têm paz. Aqueles que pregam amor não têm amor Cuidaodo com os pregadores Cuidados com os Sabedores. Cuidado com aqueles que Estão sempre lendo livros. Cuidado com aqueles que detestam Pobreza ou que são orgulhosos dela. Cuidado com aqueles que elogiam fácil Porque eles precisam de elogios de volta. Cuidado com aqueles que censuram fácil: Eles têm medo daquilo que não conhecem. Cuidado com aqueles que procuram constantes Multidões; eles não são nada sozinhos. Cuidado com o homem comum Com a mulher comum CUIDADO com o Amor deles. O Amor deles é comum, procura o comum Mas há genialidade em seu ódio Há bastante genialidade em seu Ódio para matar você, para matar qualquer um. Sem esperar solidão Sem entender solidão Eles tentarão destruir qualquer coisa Que seja diferente deles mesmos Incapazes de criar Arte Eles não irão compreender Arte Eles vão considerar sua falha como criadores Apenas como uma falha do mundo. Incapazes de amar completamente Eles vão acreditar que seu amor é incompleto e eles vão odiar você. E seu ódio será perfeito Como um diamante brilhante Como uma faca Como uma montanha Como um tigre Como cicuta Sua mais fina ARTE
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"O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo 
que você amaria mais se conhecesse? 
Mas a gente nunca conhece.”

"Era vidro e se quebrou"

Ela não sabe até quando isso vai durar. Você, que a conhece pelo avesso sabe que ela deveria ter tomado essa postura tão radical em outra situação. Ela quis deixar a história pra lá, tentou te tratar como antes, mas não conseguiu segurar a onda, ou o ciúme... Criou uma espécie de medo em relação a ti, uma espécie de impotência. Talvez a sensação acabe logo; ou talvez nunca passe. Ela não consegue te enxergar como antes, não tem vontade de te ligar, quer evitar ficar sabendo da tua escancarada alegria advinda do bate-papo gostoso, dos risos, das filosofias baratas (porém, encantadoras), das metáforas...  é por isso que muitas vezes ela te evita, evita a si próprio, quer fugir desse mundinho interesseiro e egoísta. Ela não queria que fosse assim, mas o coração fica apertado e acaba por agir sem naturalidade e a tal sensação do perigo iminente, fica à espreita. Ela só quer te poupar da vida dela: das suas paixões, das suas manias... e além de tudo isso, ela quer se poupar. Ás vezes pensa que agindo assim, só sairá perdendo, mas por enquanto afaste-se ... procurá-la não resolverá muita coisa. Pode parecer estranho, na útilma conversa de vocês parecia que tudo estava bem, mas a verdade é que ao chegar em casa, ela foi tomada por uma sensação desconfortável ao perceber o próprio discurso na tua boca. Com o coração ferido, agora ela não passa de uma coadjuvante.
"É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais...

Vai com os anjos, vai em paz!
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais...
E cedo demais
Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre, mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais..."

*Ele fazia o 9º ano, se chamava Carlos Emanuel 
e também já faz muita falta pra nós, professores e colegas.