Não te amo como se fosses a rosa de sal, topázio
Ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
Dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
O apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo que não sou nem és,
Tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Antes de amar-te, amor, nada era meu:
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se dependiam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado, decaído,
Tudo era inalianavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono. A Dança/ Pablo Neruda
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Ontem a tarde ouvindo Focus II, Janis e Le Clochard eu lembrei de um tempo, um bom tempo. O tempo do amor mais bonito e puro, do amor verdade, reciprocidade, descoberta. A minha melhor saudade tem nome e endereço e guardo no relicário da lembrança as miudezas dessa saudade que me preenchem.
Então vá atras dessa magia. Pode ser no nome endereço que você conhece, como também pode ser tudo novo. Novo nome e endereço. Faça sua magia. Seja sua propria bruxa/fada... Se faça e o resto vem por vim.
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