Sobre ruas e grades

"You lock the door
And throw away the key
There's someone in my head but it's not me.
And if the cloud bursts, thunder in your ear
You shout and no one seems to hear.
And if the band you're in starts playing different tunes
I'll see you on the dark side of the moon."

"Você tranca a porta
E joga a chave fora
Há alguém em minha cabeça, mas não sou eu
E se a nuvem explodir, trovejar em seu ouvido
Você grita e ninguém parece ouvir
E se a banda em que você está começar a tocar melodias diferentes
Eu te verei no lado escuro da lua"
[Brain Damage - PinkFloyd]

Eu lembro que na primeira década do ano 2000, eu poderia andar sem problema pelas ruas da minha cidade de madrugada. Eu e Jenny, tínhamos pensamentos bastante parecidos e gostávamos de ficar até de madrugada em lanchonetes, ou quiosques que perfilavam a Av. São Sebastião. Outras vezes saíamos andando pela cidade sem rumo, fazendo previsões sobre o futuro ou lamentando nossas desgraçadas vidas recheadas de amores imperfeitos e mal resolvidos... Nós estávamos no 5° bloco da faculdade de pedagogia, mas sempre pensamos que pedagogia ainda era pouco, faltava paixão pela leitura, dedicação e amor no que a gente fazia...Certo dia decidimos tomar rumos diferentes: eu História e ela Biologia. Jenny acabou enveredando para Fisioterapia.
Mas o fato é que hoje me espanta como a minha cidade esta crescendo e ficando violenta, eu tento entender isso me indagando constantemente... Seria a educação? Seria a família? Seria a rebeldia? Seria a desigualdade social? Revolta? As políticas públicas? Quantas vezes eu ja quis sair como eu fazia antes!!! Caminhar altas horas por essas ruas e becos, sentido o vento frio no corpo, parando em qualquer barzinho desses e bater um papo legal, com uma companhia legal, sossegar... Eu me pergunto até que ponto o progresso associado à velocidade das novas tecnologias podem influenciar numa vida realmente confortável e de qualidade.

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“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)